« A viagem dos três reis” de Leopold Kupelwieser, 1825, (Diocese de Rouen)
E foi para seguir essa estrela que Gaspar abandonou o seu palácio…”
“… E sobre o mundo do sono, sobre a sombra intrincada dos sonhos onde os homens se perdiam tacteando, como num labirinto espesso, húmido e movediço, a estrela acendia, jovem, trémula e deslumbrada, a sua alegria.
E Melchior deixou o seu palácio nessa noite…”
“…A estrela ergueu-se muito devagar sobre o Céu, a Oriente. O seu movimento era quase imperceptível. Parecia estar muito perto da terra. Deslizava em silêncio, sem que nem uma folha se agitasse. Vinha desde sempre. Mostrava a alegria, a alegria una, sem falha, o vestido sem costura da alegria, a substância imortal da alegria.
E Baltasar reconheceu-a logo, porque ela não podia ser de outra maneira.”
In “Os Três Reis do Oriente”, conto incluído nos “Contos Exemplares” de Sophia de Mello Breyner Andresen
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