23 junho 2009

Em destaque

Do meu R, é claro!
Por agora, o tempo não dá para mais. Por isso deixo estes em exposição!

19 junho 2009

Contem-nos qualquer coisa de novo pf!

Isto a propósito da notícia de que as mulheres portuguesas continuam a trabalhar mais 16 horas por semana do que os homens, em tarefas não pagas….

Vida animal em destaque

Nas nossas deambulações em torno da agora chamada região do “Grande Lago”, acabámos por nos surpreender também, com algumas espécies do reino animal. Particular destaque para as cegonhas que nesta altura ano povoam tudo quanto é poste de alta tensão e afins. São enormes e extremamente esbeltas. Dois corvos prenderam-nos a respiração num amanhecer majestoso. Um cisne elegante e vaidoso que deslizava pomposamente num ambiente de requinte, olhou-nos por cima do ombro e continuou na sua vida de bem-estar. Divertimo-nos com as rãs saltitantes, habitantes de um lago de nenúfares, num jogo de gato e rato ou num “tromp l’œil” sugestivo entre o verde predominante e deliciamo-nos com as andorinhas que se entretinham com voos alucinantes nos céus da cidade tranquila!


Cegonhas na Aldeia da Luz, corvos numa das Torres do castelo de Mourão. Cisne num jardim de um Mosteiro em Vila Viçosa, rãs num lago do Paço de Vila Viçosa e andorinhas em Évora.

17 junho 2009

A atracção pelos detalhes

Através da objectiva de uma máquina fotográfica há sempre uns detalhes que nos atraem mais do que outros. Seja bela sua beleza, pela originalidade, pelas histórias que nos contam ou pelos sentimentos que nos despertam. Os detalhes podem enriquecer uma obra e torná-la única ou pelo contrário, o seu exagero pode transformá-la numa qualquer monstruosidade. Quando passeamos sem pressa e sem rumo traçado, os detalhes são ainda mais evidentes e permanecem na nossa lembrança durante muito tempo....



Chaminé na Horta da Moura, Casa e Frontispício de Igreja em Monsaraz, Brasão na esquina de uma casa de Monsaraz e a parede de uma casa no Redondo.

16 junho 2009

Os castelos e os seus encantos

Nesta zona do Alentejo que visitei, há castelos medievais por todo o lado. A maior parte deles muito bem conservados. Confesso que tenho uma atracção especial por castelos. Penso em histórias de antigamente, senhores feudais e donzelas em perigo, lutas de cristãos a ganhar terreno aos mouros. Imagino a vida dentro e fora das muralhas. Penso em saltimbancos itinerantes a chegar às muralhas, a montarem uma feira e a oferecerem um dia diferente aos habitantes do castelo. Ouço a música das flautas e dos alaúdes. Até consigo imaginar uma velha bruxa, habitante da torre mais alta, num ambiente sombrio, rodeada de panelas de ferro e a preparar poções malignas, destinadas a um qualquer infeliz na mira das suas maldades. Enfim, nada como um castelo para me fazer sonhar acordada...




Nas fotos os Castelos de Terena, Estremoz, Mourão, Redondo, Monsaraz

15 junho 2009

Fim de tarde em Monsaraz

Com pouco tempo livre para o blog (há que fazer desaparecer o trabalho acumulado nas mini-férias), vou deixando o registo fotográfico dos dias fantásticos que passámos no Alentejo.Num final de tarde em Monsaraz à procura de sítio para jantar, deslizamos mansamente pelas vielas centenárias. Prende-se o olhar na paisagem que espreita entre as ruas estreitas. Sente-se ainda o abraço cálido do sol que desce no horizonte, deixando atrás de si um rasto de cores quentes. Momentos únicos que ficam na lembrança...





09 junho 2009

Alentejo, aí vou eu!

Foto de Ana Dores aqui
Vamos assentar arraiais num hotel rural de Monsaraz. E depois cirandar por lindas aldeias, vilas e cidades alentejanas. Montes e planícies. Casas caiadas, castelos ancestrais. Ir atrás dos queijos de ovelha, das migas com entrecosto e do ensopado de borrego. E lazer, muito lazer….
Até para a semana!
Ah e é claro, tenham também um bom fim-de-semana :)

08 junho 2009

Coisas de que gosto!

- Semanas de trabalho de dois dias!
- Dois feriados, numa semana só!
- Acrescentar um dia de férias ao item anterior!

05 junho 2009

Soltar as amarras

Os minutos passaram, as horas correram, os dias sucederam-se uns aos outros, a semana voou e eu nem me apercebi. É sexta-feira e o dia promete ser igualzinho aos outros. Cheio de trabalho e intenso no movimento. Queria ter uma varinha mágica e obrigar o tempo a andar mais devagar, amarrá-lo se fosse preciso! Queria, mas não tenho! Por isso vou mas é soltar as minhas amarras e aproveitar o Sábado e Domingo até mais não!

Tenham um bom fim-de-semana!

03 junho 2009

Conto

O Despertar
Acordou lentamente com a cabeça a querer explodir. Demorou a perceber onde estava. Tentou abrir os olhos e o sol que entrava pela janela atingiu-o violentamente como se de um raio se tratasse. A rigidez por baixo do seu corpo fê-lo perceber que não estava na cama. Dolorosamente abriu os olhos e viu que estava no chão da sala, com uma das pernas apoiada no sofá. Apesar do silêncio em casa ser absoluto, sentiu que devia ser tarde pelos barulhos exteriores. Ouvia-se o piano da vizinha do lado e gritos de crianças a brincar no jardim da frente. Levantou-se cambaleando ainda com os efeitos do álcool a fazer-se sentir. Ao passar na entrada viu que a cozinha estava vazia e dirigiu-se para os quartos, percebendo rapidamente que estava sozinho. Quando espreitou o quarto do filho pareceu-lhe que alguma coisa estava errada, tendo a confirmação quando entrou no seu quarto. Alguns dos objectos tinham desaparecido de cima da cómoda, as portas do roupeiro estavam abertas e faltavam roupas. As roupas da sua mulher. Sentiu o estômago a contrair-se. Correu de novo para o quarto do filho, agora totalmente desperto. A maior parte dos brinquedos tinham desaparecido, os armários praticamente vazios, tudo com o aspecto de ter sido esvaziado à pressa. Correu à casa de banho e também ali faltavam escovas, boiões e outros objectos pessoais. No escritório, a secretária da sua mulher parecia ter sido varrida pelo vento, faltava o portátil e havia papeis, lápis e clips espalhados, como se ela tivesse feito uma recolha rápida das coisas mais básicas, numa imensa pressa de partir. Sentiu um vómito súbito e fez um esforço para o controlar. Voltou à sala e só então percebeu a desordem na mesma. Duas cadeiras estavam caídas, havia revistas pelo chão e a jarra com flores habitualmente em cima da mesa grande tinha caído com a água a manchar a superfície. Fez um esforço para se lembrar do que tinha acontecido na véspera, mas o cérebro ainda estava cheio de nuvens pesadas. Foi à cozinha e o caos era total, havia louça partida, bancos caídos, comida espalhada pelo chão e …. sangue, manchas de sangue na porta do frigorífico. Sentiu-se gelar. Cambaleou e teve que se apoiar no balcão para não cair. A imagem da mulher a ser violentamente atirada contra o frigorífico fez-se nítida na sua mente. Lembrou-se do grito e do seu olhar de infinita surpresa antes de cair desamparada no chão. Recordou-se de a ter pontapeado numa fúria incontrolável e quando ela ficou quieta e enrolada sobre si mesma dirigiu-se à sala e simplesmente apagou. E agora estava sozinho. O que tantas vezes lhe passara pela cabeça acontecera. O álcool tinha-o levado longe demais e fizera-o perder o controlo. Olhou para cima do frigorífico e viu a fotografia do filho, a rir numa gargalhada com os seus olhos grandes e expressivos. Agarrou a moldura, apertando-a contra o peito e desmoronou, caindo por terra. As lágrimas brotaram num soluço incontrolável, percebendo que tinha perdido o que de melhor a vida lhe dera. A raiva contra si próprio inundou-o fazendo-o bater a cabeça repetidas vezes no chão. Ao mesmo tempo começou a sentir uma nova força a crescer dentro de si. Ia lutar contra o maldito vício, ia recuperar a sua família e o seu trabalho. Poderia levar meses, anos, mas iria conseguir. E começou lentamente a levantar-se …….
Custódia
Abril 2009