Até onde?

A chacina de ontem numa escola da Alemanha, aporta-me de novo um sentimento de angústia e impotência. É assustador o número de casos semelhantes que têm acontecido nos últimos tempos. Uma coisa que nos parecia longínqua (de vez em quando ouvia-mos falar de um ou outro caso nos States, onde tudo sucede sempre em primeiro lugar), começa a acontecer mesmo aqui à porta. Infelizmente até nisto a globalização se impõe! Quando digo que é assustador não me refiro ao acto tresloucado em si, ao desequilíbrio momentâneo da mente, mas sim à pouca idade da maior parte dos agressores e, sobretudo, à facilidade de acesso às armas. Na maior parte dos casos estas estavam em casa, provavelmente sempre visíveis, provavelmente sempre a exercer alguma espécie de fascínio ou atracção sobre quem por elas passava diariamente. Por outro lado, o mediatismo dos acontecimentos poderá também ter influência directa sobre alguns pensamentos mais frágeis. Provavelmente a questão do “se ele fez, eu também sou capaz de fazer”, torna-se uma obsessão e daí à prática do acto não vai mais do que um bater de asas de borboleta. E depois há o não acompanhamento dos filhos e será talvez esse o factor mais determinante. Começa tudo em casa, simplesmente em casa …