17 dezembro 2015

Borboletas no estômago ...

Quando precisamos muito que algo aconteça mas... quando começa mesmo a acontecer, surgem as dúvidas e as incertezas sobre se a boa decisão é mesma aquela. Enfim, nada se perde, tudo se transforma...

Em terra de ninguém...


"No Man's Land" (curta-metragem)

Argumento e co-realização da minha sobrinha mais velha (trabalho que fez para o curso de cinema que frequenta), com a participação da minha sobrinha mais nova e alguns amigos.

Reflexo da solidão que se pode viver na sociedade actual...

04 dezembro 2015

É assim, duas vezes por ano!


O meu cacto. A única planta que consigo manter saudável cá em casa. Durante a maior parte do ano não passa de uma coisinha com umas hastes raquíticas e quase sem cor. E de repente: bum!!!! É um autêntico festival de cor e beleza. Adoro!

02 dezembro 2015

Já chega, sim? Venham de lá as good vibes!


Foto minha, Ribeira d'Ilhas

Quando não precisava de mais nada, a embraiagem do meu carro pifou. Lembrei-me então que o meu horóscopo desta semana dizia ... que tenho que voltar a cair para finalmente conseguir levantar-me.
Pronto, acabei de me atirar para o chão. Espero que resulte ....




01 dezembro 2015

My doodle no google!


É tão simpático o google! Happy Birthday to me, today :)

Aniversário

Foto minha, a caminho da praia da Ursa

Aniversário

No tempo em que festejavam o dia dos meus anos, 
Eu era feliz e ninguém estava morto. 
Na casa antiga, até eu fazer anos era uma tradição de há séculos, 
E a alegria de todos, e a minha, estava certa com uma religião qualquer. 

No tempo em que festejavam o dia dos meus anos, 
Eu tinha a grande saúde de não perceber coisa nenhuma, 
De ser inteligente para entre a família, 
E de não ter as esperanças que os outros tinham por mim. 
Quando vim a ter esperanças, já não sabia ter esperanças. 
Quando vim a.olhar para a vida, perdera o sentido da vida. 

Sim, o que fui de suposto a mim-mesmo, 
O que fui de coração e parentesco. 
O que fui de serões de meia-província, 
O que fui de amarem-me e eu ser menino, 
O que fui — ai, meu Deus!, o que só hoje sei que fui... 
A que distância!... 
(Nem o acho... ) 
O tempo em que festejavam o dia dos meus anos! 

O que eu sou hoje é como a umidade no corredor do fim da casa, 
Pondo grelado nas paredes... 
O que eu sou hoje (e a casa dos que me amaram treme através das minhas lágrimas), 
O que eu sou hoje é terem vendido a casa, 
É terem morrido todos, 
É estar eu sobrevivente a mim-mesmo como um fósforo frio... 

No tempo em que festejavam o dia dos meus anos ... 
Que meu amor, como uma pessoa, esse tempo! 
Desejo físico da alma de se encontrar ali outra vez, 
Por uma viagem metafísica e carnal, 
Com uma dualidade de eu para mim... 
Comer o passado como pão de fome, sem tempo de manteiga nos dentes! 

Vejo tudo outra vez com uma nitidez que me cega para o que há aqui... 
A mesa posta com mais lugares, com melhores desenhos na loiça, com mais copos, 
O aparador com muitas coisas — doces, frutas, o resto na sombra debaixo do alçado, 
As tias velhas, os primos diferentes, e tudo era por minha causa, 
No tempo em que festejavam o dia dos meus anos... 

Pára, meu coração! 
Não penses! Deixa o pensar na cabeça! 
Ó meu Deus, meu Deus, meu Deus! 
Hoje já não faço anos. 
Duro. 
Somam-se-me dias. 
Serei velho quando o for. 
Mais nada. 
Raiva de não ter trazido o passado roubado na algibeira! ... 

O tempo em que festejavam o dia dos meus anos!... 

Álvaro de Campos, in "Poemas"