Episódio de Inês de Castro, Columbano Bordalo Pinheiro (Canto III, 130)
“…
Estavas, linda Inês, posta em sossego,
De teus anos colhendo doce fruto,
Naquele engano da alma, ledo e cego,
Que a Fortuna não deixa durar muito,
Nos saudosos campos do Mondego,
De teus formosos olhos nunca enxuto,
Aos montes ensinando e às ervinhas
O nome que no peito escrito tinhas.
Do teu Príncipe ali te respondiam
As lembranças que na alma lhe moravam,
Que sempre ante seus olhos te traziam,
Quando dos teus formosos se apartavam;
De noite, em doces sonhos que mentiam,
De dia, em pensamentos que voavam;
E quanto, enfim, cuidava e quanto via
Eram tudo memórias de alegria.
…”
Caiu-me em sorte (a verdade é que quase pedi de joelhos, sou apaixonada por esta triste história de amor...) a leitura completa do episódio...
Eu e os meus meus amigos, decidimos fazer uma maratona de leitura em torno de "Os Lusíadas" de Camões. Fizemos duas sessões, uma em biblioteca e outra no belo Jardim do Palácio do Marquês em Oeiras. O resultado foi tão bom que já estamos a pensar noutras maratonas semelhantes. É o poder dos livros. Agarram-nos, seduzem-nos e quando damos por isso não podemos viver sem eles.