Ametista
Já foi Azul-Cobalto e agora é Ametista, porque a vida se quer feita de muita cor ...
24 março 2025
Sobre a série do momento
22 março 2025
Ritmos (1)
20 março 2025
Cenários de Primavera (2)
Vista da janela cá de casa, logo pela manhã
A Primavera chegou esta manhã. Não se pode dizer que foi de mansinho porque chegou encavalitada num temporal invernoso que deixou um rasto de destruição por onde passou, quedas de árvores, de muros, de telhados, de semáforos, de painéis publicitários e outros que tais. De manhã, no meu percurso de carro habitual andei (eu e os outros) a fazer uma espécie de rally entre os detritos espalhados pelas ruas, fruto dos ventos ciclónicos que se fizeram sentir. Agora é limpar e andar...
16 março 2025
Dois séculos depois, Camilo ainda vive?
Camilo
Castelo Branco nasceu faz hoje 200 anos. Será que os seus livros ainda cativam leitores?
E esses leitores serão de uma faixa etária mais velha ou os jovens ainda se
conseguem deixar agarrar pela sua escrita? Penso que tudo dependerá de como é
feita a primeira abordagem. Imaginemos que alguém abre ao acaso “O Amor de
Perdição” e lê o início do Capítulo VIII, não se deixaria levar?
“…Mariana,
a filha de João da Cruz, quando viu seu pai pensar a chaga do braço de Simão,
perdeu os sentidos. O ferrador riu estrondosamente da fraqueza da moça, e o
académico achou estranha sensibilidade em mulher afeita a curar as feridas com
que seu pai vinha laureado de todas as feiras e romarias.
–
Não há ainda um ano que me fizeram três buracos na cabeça, quando eu fui à
Senhora dos Remédios, a Lamego, e foi ela que me tosquiou e rapou o casco à
navalha – disse o ferrador. – Pelo que vejo, o sangue do fidalgo deu volta ao
estômago da rapariga!... Estamos então bem aviados! Eu tenho cá a minha vida, e
queria que ela fosse a enfermeira do meu doente.... És, ou não és, rapariga? –
disse ele à filha, quando ela abriu os olhos, com semblante de envergonhada da
sua fraqueza.
–
Serei com muito gosto, se o pai quiser.
–
Pois então, moça, se hás-de ir costurar para a varanda, vem aqui para a beira
do senhor Simão. Dá‑lhe
caldos a miúdo, e trata‑lhe da ferida; vinagre e mais vinagre,
quando ela estiver assim a modo de roxa. Conversa com ele, não o deixes estar a
malucar, nem escrever muito, que não é bom quando se está fraco do miolo. E
vossa senhoria não tenha aquelas de cerimónia, nem me diga à Mariana – a menina
isto, a menina aquilo. É – rapariga, dá cá um caldo; rapariga, lava‑me o braço, dá cá as compressas – e nada de políticas. Ela está aqui como sua criada, porque eu já lhe disse que, se não fosse o pai de vossa senhoria, já ela há muito tempo que andava por aí
às esmolas, ou pior ainda. É verdade, que eu podia deixar‑lhe uns benzinhos, ganhos ali a suar
na bigorna há dez anos,
afora uns quatrocentos mil réis
que herdei de minha mãe,
que Deus haja; mas vossa senhoria bem sabe que, se eu fosse à forca ou pela barra fora, vinha a
justiça, e tomava
conta de tudo para as custas…”
In “Amor de Perdição” Capítulo VIII
23 fevereiro 2025
Por aí (1)
Gosto de batentes (e de portas)!
Quando caminho pelas ruas, seja em passeio seja no dia a dia, o meu olhar é muitas vezes atraído pelas portas por onde passo e se tiverem batentes, mais ainda. Este é de ontem no Campo das Cebolas, em Lisboa. Há muitas cabeças de leão, mas esta tem ali uma uma certa imponência sedutora.
19 fevereiro 2025
Das coisas bonitas que leio
Alguns haikus (poesia japonesa) do livro “O Eremita Viajante” de Matsuo Bashô
sopram as brisas primaveris
para que as flores rebentem
em gargalhas
(29)
veste uma túnica florida
e rende-te
à beleza das flores
(39)
colher batata doce
durante a lua cheia
que boa vida!
(43)
os meus ouvidos
sobre uma almofada de ventos
chegou o outono
(69)
Numa atualidade e num mundo tão cheio de zangas, de ódios, de tragédias, de intolerâncias e de cada vez menos humanidade, de vez em quando sinto uma necessidade urgente de esquecer tudo e mergulhar em algo bonito. É o caso deste livro...
22 janeiro 2025
Cenários de Inverno (16)
O último dia de 2024 e o primeiro
de 2025 foram passados na Tapada de Mafra. A noite foi passada na Casa do
Salabredo, o alojamento da Tapada. Uma noite fria, mas com uma imensidão de
estrelas a brilhar no céu.
Dois dias bonitos e totalmente
tranquilos com um maravilhoso sol de Inverno, numa floresta encantada.
Caminhadas bucólicas, em silêncio para não incomodar os cervos e as
corças que surgiam inesperadamente no nosso caminho e que ficavam por
vezes estáticos a olhar-nos antes de decidirem que era seguro continuar caminho.
Somos visitantes assíduos desta
Tapada que nos encanta em cada visita e que nunca desilude.
17 setembro 2024
10 junho 2022
Paula Rego (1935-2022)
Na passada quarta-feira, 8 de Junho, acordámos com a notícia da morte de Paula Rego. No entanto, há pessoas que nunca morrem. São intemporais. É o caso. A genialidade, a irreverência, o sentido tão criticamente mordaz, a criatividade, a estética crua e tanto mais, ficam para sempre...
24 fevereiro 2022
Para memória futura!
O Homem não aprende nada com os erros e esquece rapidamente a História.
Hoje 24 de Fevereiro de 2022 a Rússia invadiu a Ucrânia!