28 abril 2011

E alternativas, não há?

Para além de tudo isto, também as 3 televisões de canal aberto em Portugal, optaram por transmitir em directo a real boda.

Está certo, é preciso animar as pessoas com a cena cor-de-rosa, porque isto anda tudo muito desanimado com a crise, já ninguém ri, não há outro tema de conversa e blá, blá, blá … mas vamos lá: as três em directo? Não é um bocadinho de mais não?


27 abril 2011

Sinais dos tempos modernos

Em França um empregado da France Telecom suicidou-se, juntando-se a um rol de mais de 4 dezenas de outros trabalhadores da mesma empresa, que nos 3 últimos anos tiveram idêntica atitude. Efeitos da crise profunda que afecta os Estados dito modernos que, pese embora a enorme evolução económica, tecnológica, científica e afins, se esqueceu do principal: do ser humano na sua verdadeira essência.

25 abril 2011

Liberdade, sempre!

Trova do Vento que Passa
Pergunto ao vento que passa
notícias do meu país
eo vento cala a desgraça
o vento nada me diz.

Pergunto aos rios que levam
tanto sonho à flor das águas
e os rios não me sossegam
levam sonhos deixam mágoas.
Levam sonhos deixam mágoas
ai rios do meu país
minha pátria à flor das águas
para onde vais? Ninguém diz.

Se o verde trevo desfolhas
pede notícias e diz
ao trevo de quatro folhas
que morro por meu país.

Pergunto à gente que passa
por que vai de olhos no chão.
Silêncio -- é tudo o que tem
quem vive na servidão.

Vi florir os verdes ramos
direitos e ao céu voltados.
E a quem gosta de ter amos
vi sempre os ombros curvados.
E o vento não me diz nada
ninguém diz nada de novo.
Vi minha pátria pregada
nos braços em cruz do povo.
Vi minha pátria na margem
dos rios que vão pró mar
como quem ama a viagem
mas tem sempre de ficar.

Vi navios a partir
(minha pátria à flor das águas)
vi minha pátria florir
(verdes folhas verdes mágoas).

Há quem te queira ignorada
e fale pátria em teu nome.
Eu vi-te crucificada
nos braços negros da fome.
E o vento não me diz nada
só o silêncio persiste.
Vi minha pátria parada
à beira de um rio triste.
Ninguém diz nada de novo
se notícias vou pedindo
nas mãos vazias do povo
vi minha pátria florindo.

E a noite cresce por dentro
dos homens do meu país.
Peço notícias ao vento
e o vento nada me diz.
Mas há sempre uma candeia
dentro da própria desgraça
há sempre alguém que semeia
canções no vento que passa.
Mesmo na noite mais triste
em tempo de servidão
há sempre alguém que resiste
há sempre alguém que diz não.

Manuel Alegre

21 abril 2011

Papoulas e poesia


Encosta do Castelo dos Templários em Tomar, 17 Abr 2011 (foto minha)

“… Sem pretensão e com humildade, aqui vos deixo os poemas que se seguem. Não tenho a pretensão de pensar que, por amor deles, possa passar por entendido em poesia. Não sou. Sou apenas um apaixonado por alguma poesia: a que escolhi e muita outra que não pude seleccionar por falta de espaço. Na minha idade, já não estou em tempo de me enfeitar com penas de pavão…” in “os poemas da minha vida” de Mário Soares, edição Público.

De Tarde

Naquele «pic-nic» de burguesas,

Houve uma coisa simplesmente bela,
E que, sem ter história nem grandezas,
Em todo o caso dava uma aguarela.

Foi quando tu, descendo do burrico,

Foste colher, sem imposturas tolas,
A um granzoal azul de grão-de-bico
Um ramalhete rubro de papoulas.

Pouco depois, em cima duns penhascos,
Nós acampámos, inda o sol se via;
E houve talhadas de melão, damascos,
E pão de ló molhado em malvasia.

Mas, todo púrpuro, a sair da renda

Dos teus dois seios como duas rolas,
Era o supremo encanto da merenda
O ramalhete rubro das papoulas.

Cesário Verde, poema escolhido

18 abril 2011

Jane Eyre


Esta semana, num cinema perto de si!
O meu lado romântico está em estado de graça. Mais uma versão cinematográfica duma das minhas heroínas favoritas. Jane Eyre!

11 abril 2011