08 janeiro 2016

Dos livros que nos passam pelas mãos


O que podemos possuir?*

“…O conceito de dinheiro escapa-me. Quando era criança, nunca senti que houvesse diferença real entre as notas do meu Monopólio e as que saíam da carteira da minha mãe, excepto num sentido convencional: umas eram usadas nos jogos que jogava com os meus amigos; as outras, nos jogos de cartas dos meus pais à noite. A artista Georgine Hu desenhava “notas bancárias”, como lhes chamava, em papel higiénico e usava-as para pagar as consultas de psiquiatria…”. 
As palavras são de Alberto Manguel. Tinha ouvido falar dele aquando de uma sessão de leitura de “Ficções” do Jorge Luís Borges, na minha comunidade leitores. O então jovem Manguel, lia para Borges, quando este estava quase cego. Hoje passou-me pelas mãos o seu livro “Uma História da Curiosidade” e esta entrada num dos capítulos fez-me sorrir e abriu-me o apetite para voltar ao livro. A adquirir logo que oportuno. Gosto, quando dou de caras com um livro que me anima.

* Capítulo 13 de “Uma História da Curiosidade” de Alberto Manguel

2 comentários:

Manuel Nunes disse...

Não me lembrava deste ledor que serviu Borges. Entretanto, vi isto:
http://www.publico.pt/culturaipsilon/noticia/num-atlas-imaginario-podese-tudo-e-sedentario-e-nomada-alberto-manguel-o-seu-lugar-e-uma-ilha-deserta-cheia-de-livros-numa-aldeia-de-franca-328875
Será que dá para lá chegar?

Custódia C. disse...

Manel
O livro que refir, é de um colega meu, com quem ontem estive à conversa sobre Manguel e uma das coisas de que ele me falou foi exactamente desse atlas imaginário ... achei uma ideia extraordinária :)