25 janeiro 2011

Assim, eu gosto!


É quase noite quando o Escritor se vai. Pela janela aberta entra um calor húmido, sufocante. Sebastião sente um aperto no estômago. Cá está ela, a angústia, nervoso miudinho, presságio. De quê é o que ele não sabe. Talvez o cair da noite, a distância, o desconhecido, o ruído dos últimos helicópteros que regressam do Norte. Lá vem mais um, traz o sinal vermelho, quem sabe se feridos, quem sabe se mortos.

Sebastião fecha a janela. Mas o cheiro já está no quarto, nas mãos, na pele, dentro dele. Não é suor, é aquele cheiro que vem do Norte, cheiro de mato e medo, cheira da guerra. In “Jornada de Africa” de Manuel Alegre.

É assim que eu gosto dele, a escrever. Livro do mês lá na Comunidade

2 comentários:

triss disse...

Mais um para a wishlist!

Kok disse...

É também assim que eu o aprecio.