29 maio 2008

Momento, ligeiramente fútil

"Hair Spray" de Anita De Lucio

Hoje acordei com os cabelos em pé, literalmente! Quando me vi ao espelho até me assustei! Parece que andei numa guerra durante a noite. O cabelo é um factor importante nas nossas cabecinhas. Não conheço uma mulher que não tenha problemas com o seu cabelo. Se é morena, gostava de ser ruiva. Se tem o cabelo liso preferia ter caracóis. Se é ruiva, queria ser loura, se é loura, preferia de longe ser morena. O cabelo que gostávamos de ter, está sempre nas cabeças das outras mulheres. Quando se tem um cabelo tipo juba de leão, odeia-se os dias de chuva. Quando o cabelo é seco, o ódio vai inteirinho para o sol. No dia em que se percebe que apareceu o primeiro cabelo branco, instala-se o caos. Nunca mais as coisas serão como antes. Por outro lado, uma ida ao cabeleireiro, faz mais por nós do que uma sessão de psicanálise (e é mais barato… quer dizer, a rigor, a rigor, talvez não seja). Um cabelo bem tratado torna uma mulher atractiva, um cabelo mal tratado dá-lhe um ar desmazelado. Cabelos, uma das nossas perdições, até na poesia…

Cabelos doirados, ondeados, alados,
Que tecem coroas, com fios de sóis ...
Às vezes, pintados, cortados, trançados;
Às vezes, em cachos, anéis, caracóis...

Cabelos que espalham carícias, delícias...
Que medo que eu tenho de, um dia, perdê-las ! ...
Cabelos que eu vejo, que eu beijo, desejo,
Caídos, compridos, vestidos de estrelas . . .

Cabelos que lembram falenas serenas,
Bailando, brincando, vogando, ao luar . . .
Cabelos mais loiros que os loiros tesoiros
Dos raios solares, suspensos no ar...

Cabelo que as jóias constelam, estrelam,
Com flavos rebrilhos de céus tropicais...
Cabelos que trazem mais oiro nos cachos,
Que os régios penachos dos fulvos trigais. .

Cabelos de Fada de alguma balada . . .
Cabelos painentos! . . . Eu amo - ai de mim !
A criança que trança e retrança essas tranças
E tem os cabelos doirados assim...

Cabelos doirados, ondeados, alados,
Que tecem coroas, com fins de sóis...
Às vezes, pintados, cortados, trançados;.
Às vezes, em cachos, anéis, caracóis...

"Poema dos teus cabelos loiros" de Nilo Aparecida Pinto

28 maio 2008

Insegurança

Eu, como uma grande parte da população utilizo (ou seja utilizava, porque vou deixar de o fazer) o e-banking. É cómodo é claro. Utilizar o banco através do nosso computador, evita deslocações, perdas de tempo, utiliza-se a qualquer hora, um must! Até ao momento em que nos voa o dinheiro da conta e nós só damos por isso uns dias depois. Da minha conta da CGD, voaram 100,00 euros correspondentes a dois carregamentos da Vodafone de 50,00 euros cada um, no mesmo dia, um a seguir ao outro, com um minuto de intervalo. Feito on-line, tranquilamente e sem problemas. E não, não sou cliente Vodafone. E sim sou cuidadosa com os acessos à conta. Sou única titular, só eu é que a utilizo, nunca dei os códigos a ninguém e só uso dois computadores, que são pessoais. E mesmo assim alguém conseguiu aceder à minha conta!!!! O banco está agora a proceder a uma investigação (já sei qual é o número de telefone para onde foi feito o carregamento, que como é evidente não conheço). Aguardo a resposta para saber se foi engano ou fraude (com 99% de possibilidades para a segunda hipótese). Tive sorte foram só 100,00 euros. Mas é assustador saber com que facilidade invadem a nossa vida. Depois conto o desenrolar do caso.

Uff, que estou estafada!


Quem disser que férias são sinónimo de descanso está completamente enganado. Perante uns súbitos dias de liberdade (leia-se, sem a obrigatoriedade de ir para o emprego), tentamos fazer tantas coisas (umas por puro lazer, outra porque tem mesmo de ser), que chegamos ao fim e o chamado descanso físico não aconteceu. Só não fomos para a praia apanhar sol, porque o S. Pedro não esteve para aí virado. Não paramos um minuto e quando damos por isso é segunda-feira e estamos de volta à secretária e azar dos azares, há muito trabalhinho à nossa espera. Tanto, que levamos dois dias só para despachar e-mails e expediente diverso e estamos a meio da semana e ainda não foi possível recuperar a rotina. Mas verdade, verdadinha, monotonia é coisa de que não me posso queixar. Estou estafada, é verdade, mas não fiquem preocupados porque é uma estafa simpática. Aqueles dias souberam mesmo bem e até foi agradável voltar ao serviço!

16 maio 2008

Sopas e futebol, férias e descanso

Quem me conhece sabe que tenho pouca apetência pela cozinha. Tenho pena! Gostava de cozinhar bem e sobretudo gostava de gostar de cozinhar. Mas isso não acontece. No entanto há uma coisa que faço bem e frequentemente: sopa. Lá em casa todos os dias comemos sopa ao jantar. Normalmente são cremes ou aveludados (é o que faço melhor, cozinha-se tudo ao mesmo tempo, coloca-se a varinha mágica e... bom apetite) e de vez em quando sopa de entulho (aquela que tem tudo e mais alguma coisa e onde a varinha mágica não entra). Para não cairmos na monotonia, utilizo o esquema das sopas coloridas (laranja: abóbora, cenoura, castanha: feijão manteigaverde: espinafres, agrião, coentros, ervilhas, favas bege: grão, cebola, alho francês - vermelha: tomate, peixelilás: beterraba - arco-íris: a do entulho … e por aí, é só puxar pela imaginação). Acontece que, como os legumes verdes estão em maioria, a sopa verde acaba por aparecer mais vezes. Ontem assim foi. O meu filho que reclama sempre por comer sopa, que adora futebol e (azar o meu) é dragão convicto, dizia-me: bolas mãe só sopa verde, verde do Sporting. No Domingo se o Porto ganhar tens que me fazer uma sopa azul!!! Pois, perante isto não há imaginação que aguente! Foi-se, escapuliu-se, evaporou-se! E aqui estou eu à espera de sugestões. Alguém tem uma ideia de como fazer uma sopa azul? Por acaso até gostava de o surpreender!




Ora bem, para a semana esta menina está de férias. E já tem umas ideias na manga. Há um museu novo ali para Alcântara (o do Oriente se bem ouviram falar) e também a World Press Photo no Museu da Electricidade. E se o sol aparecer, há uns areais aqui à volta e se não aparecer há uns filmes que ainda não vi e uns livros que ainda não li e depois há aquela visitinha à cidade, obrigatória nesses dias. Vaguear sem direcção, perder-me nas ruas, subir e descer escadinhas, desencantar novos becos, descobrir lojas renovadas, rever os locais eleitos, pousar numa esplanada e ficar ali, simplesmente a observar. Até já, pois então!

15 maio 2008

(conto) Um dia de cada vez

Edward Hopper - Morning Sun, 1952

Acordou cedo, muito antes de o despertador tocar e ficou ali a pensar na vida. Anos de luta, com um espírito optimista. Sempre à espera que as coisas tendessem a melhorar. Um dia percebeu que não seria assim, mas o contrário. A situação iria degradar-se aos poucos. E começou a sentir aquilo. Chegou devagarinho. Um pouco de ansiedade aqui, uma certa angústia ali, a inércia a instalar-se. Tentava resistir-lhes, mas era tão difícil. Tudo em si pedia o contrário. Uma voz dizia-lhe que se deixasse ir. Era um ser humano, não podia resistir sempre. Era compreensível, afinal corria tudo tão mal. Mas lá no fundo um sentimento inato resistia. Não te entregues. Sabes que és fundamental na vida deles. Precisam de ti. Não importa que não entendam. Não têm culpa disso, tu sabes. É mais forte do que eles. Lembra-te dos momentos bons. Do abraço inesperado, do carinho no olhar, no agradecimento infantil. E lá vinham mais umas forças e mais um dia passava. E então compreendeu. Seria sempre assim, um dia de cada vez. Hoje melhor, amanhã menos bom. Viver intensamente os bons momentos e esquecer rapidamente os maus. Sempre tinha sido assim e assim sempre seria. Não havia motivo para mudar. A vida era tão curta. Levantou-se, abriu a janela e ficou uns minutos a olhar o horizonte. Uma bola de fogo subia lentamente nos céus. A aurora trazia uma miríade de cores indescritíveis, violetas, rosas, laranjas. Mais um magnífico nascer do sol. Sentiu-se feliz perante tanta beleza. E lá foi viver mais um dia de cada vez…

14 maio 2008

À cabeceira!

Há livros que nos levam a ver filmes e há filmes que nos levam a ler livros. O meu primeiro contacto com “Possessão", foi através do filme protagonizado por Gwyneth Paltrow e Aaron Eckhart. Gostei! Bastante!

Finalmente comprei o livro e, mais uma vez, fiquei agarrada logo desde o início. O tema gira em torno de dois investigadores universitários, que se debruçam sobre as vidas dos poetas Randolph Henry Ash e Christabel LaMotte. Mergulham na sua vida inquieta, através de uma surpreendente e comovedora troca de correspondência, dominada por ideias demasiado vincadas para a época, paixões fortes e misteriosas. A acção tem lugar entre a época vitoriana e a actualidade, entre o romantismo insubmisso dos poetas e o romantismo quase sarcástico dos investigadores.
Excelente!
Possessão - uma História de Amor
A.s. Byatt

09 maio 2008

Caramel


A minha opção para o fim-de-semana!

Trailer aqui

Defeito ou feitio?

“Interval” – Rachel Bowak, 2006

Já lá vão umas 3 semanas, desde que parti qualquer coisa (não foi mau, se me distraio ainda perco o hábito)! Hoje foi dia!

08 maio 2008

Myanmar

(foto do sapo)

Myanmar vivia fechado para o mundo, com um governo militar totalitário, egocêntrico e ditatorial. De vem em quando ouvíamos falar do País, muitas vezes por obra de Aung San Suu Kyi, a face mais pública da oposição ao regime e que recebeu o Prémio Nobel da Paz. Agora Myanmar saltou para a ribalta, infelizmente pelos piores motivos. A natureza provou mais uma vez ser mais forte do que o Homem. O Governo de Myanmar podia ter evitado que a catástrofe fosse maior, mas foi incapaz de lançar alertas em tempo útil ou de proceder a manobras de evacuação atempadas. Myanmar precisa de ajuda imediata mas o seu governo continua relutante em dar autorizações de entrada às movimentações humanitárias. Em Myanmar os números apontam para cerca de 100 000 mortos (só para comparação de números, no 11 de Setembro, morreram cerca de 3 000 pessoas). Myanmar precisa da ajuda internacional para se reerguer. Será que os seus generais não conseguem deixar de pensar só em si próprios?

07 maio 2008

Boomtown Rats - I Don't Like Mondays (LIVE AID)

Bob Geldof continua, sem medos, na sua luta contra a fome. As suas palavras, na visita que faz agora a Portugal, confirmam isso mesmo!

06 maio 2008

Desvario


A minh’Alma fugiu pela Torre Eiffel acima,
- A verdade é esta, não nos criemos mais ilusões -
Fugiu, mas foi apanhada pela antena da T.S.F.
Que a transmitiu pelo infinito em ondas hertzianas…

(Em todo o caso que belo fim para a minha Alma!...)

Mário de Sá Carneiro – Paris, Agosto 1915

05 maio 2008

Masoquismo

Não quero ser desmancha-prazeres, mas é só para lembrar que esta semana não há feriados!

Woman on sofa
(Warren Dennis Gallery)

01 maio 2008

Maio de 68

Simone de Beauvoir e Jean-Paul Sartre.Foto: AFP

O homem não é nada mais do que aquilo que faz a si próprio – JPS

Sem derrota, não há moral - SB