30 abril 2008

Música em Lisboa!



A entrada é livre, os espaços são agradáveis e a música é boa. Querem melhor?
Programa completo aqui!




Obrigado pela ideia Su!

24 abril 2008

Ser livre, o bem mais precioso…

Porque a liberdade é um bem precioso, o dia de amanhã será sempre um dia para comemorar!



Operários” Tarsila do Amaral
«Trova do Vento que Passa»
Pergunto ao vento que passa
notícias do meu país
e o vento cala a desgraça
o vento nada me diz.
Pergunto aos rios que levam
tanto sonho à flor das águas
e os rios não me sossegam
levam sonhos deixam mágoas.
Levam sonhos deixam mágoas
ai rios do meu país
minha pátria à flor das águas
para onde vais? Ninguém diz.
Se o verde trevo desfolhas
pede notícias e diz
ao trevo de quatro folhas
que morro por meu país.
Pergunto à gente que passa
por que vai de olhos no chão.
Silêncio -- é tudo o que tem
quem vive na servidão.
Vi florir os verdes ramos
direitos e ao céu voltados.
E a quem gosta de ter amos
vi sempre os ombros curvados.
E o vento não me diz nada
ninguém diz nada de novo.
Vi minha pátria pregada
nos braços em cruz do povo.
Vi minha pátria na margem
dos rios que vão pró mar
como quem ama a viagem
mas tem sempre de ficar.
Vi navios a partir
(minha pátria à flor das águas)
vi minha pátria florir
(verdes folhas verdes mágoas).
Há quem te queira ignorada
e fale pátria em teu nome.
Eu vi-te crucificada
nos braços negros da fome.
E o vento não me diz nada
só o silêncio persiste.
Vi minha pátria parada
à beira de um rio triste.
Ninguém diz nada de novo
se notícias vou pedindo
nas mãos vazias do povo
vi minha pátria florindo.
E a noite cresce por dentro
dos homens do meu país.
Peço notícias ao vento
o vento nada me diz.
Mas há sempre uma candeia
dentro da própria desgraça
há sempre alguém que semeia
canções no vento que passa.
Mesmo na noite mais triste
em tempo de servidão
há sempre alguém que resiste
há sempre alguém que diz não.

O belíssimo poema de Manuel Alegre, imortalizado na voz de Adriano Correia de Oliveira, aqui.

18 abril 2008

Pudesse eu ...


Praia das Maçãs, 1918
José Malhoa

Por enquanto vou continuar ausente da actividade bloguista. Confesso que não lhe tenho sentido a falta (talvez saudade da troca de palavras com alguns amigos virtuais ). Tenho tido tantas outras coisas para fazer, que este espaço passou a ocupar um lugar mesmo no fundo da lista. Faço de vez em quando umas entradas rápidas, para ler um ou outro texto de gente de que gosto (é verdade há muita gente a escrever bem por aqui) e por aí me quedo! Ficamos assim por ora …


Pudesse eu …

Pudesse eu não ter laços nem limites
Ó vida de mil faces transbordantes
Para poder responder aos teus convites
Suspensos na surpresa dos instantes!

Sophia de Mello Breyner Andresen